terça-feira, outubro 22, 2002

Xexéo falou tudo o que eu queria dizer:

O depoimento de Regina Duarte no programa eleitoral do candidato José Serra foi criticado por todos os lados. A candidata a vice-presidente do PSDB, a deputada Rita Camata, veio em defesa da atriz. Regina foi patrulhada, denunciou. Fiquei grilado. Eu também critiquei Regina. Isso quer dizer que, contra todos os meus princípios, patrulhei?

Vem cá, que democracia é essa em que não se pode criticar a crítica? Qual é a graça de ter Regina Duarte fazendo um depoimento polêmico... porque era polêmico, não era? O Serra botou a namoradinha do Brasil no ar, dizendo que estava com medo de o Lula ganhar a eleição e, conseqüentemente, a inflação voltar aos 80% e achou que não haveria reação? Então, qual é a graça de ter Regina Duarte fazendo um depoimento polêmico se a polêmica não extrapolar o horário eleitoral?

Esta campanha eleitoral foi saudada, até agora, como a de mais alto nível entre as recentes campanhas políticas do país. Mas tentar convencer o eleitor de que Lula come criancinha, cá pra nós, é tão baixo nível quanto os acontecimentos de eleições passadas. Foi este o motivo que levou Regina a ser criticada. E se ninguém pode criticar o discurso de Regina Duarte, sob a justificativa de que numa democracia todo mundo tem o direito de expor seu pensamento, estamos numa democracia muita estranha. Uma democracia que aceita a réplica, mas rejeita a tréplica. É uma democracia manca. E, peralá, isso não tem nada a ver com patrulha ideológica.

Nenhum comentário: