sábado, junho 19, 2004

Está declarado: Fim do pulso em 2006. Contagem regressiva para o abuso total e dúvida quanto ao futuro dos internautas brasileiros.

Posso até estar parecendo dramático, mas num país aonde as coisas demoram a acontecer e onde as empresas ditam as leis de mercado, creio ter escolhido o título certo para este texto.

Os internautas brasileiros sempre sofreram com os rumores de que o famoso "pulso único" tinha acabado. Toda semana surgia um email, um amigo, alguém tinha lido num jornal, num site, que esta conhecida 'manha', para não dizer possibilidade, de poder se conectar à Internet sem se preocupar com os gastos, tinha sido extinta. Sempre fui tranquilo quanto à isso, pois sabia que não era assim que se acabava com esta forma de tarifação, que isso - se acontecesse - levaria tempo e a sociedade seria avisada a fim de poder controlar seus gastos. O tempo passou e a Anatel fez mais uma cagada em nome do povo...

Pois não é que o maior rumor da internet brasileira tomou força, vida, saiu no diário oficial e já tem data para entrar em vigor? Sim amigos. Na última quinta-feira, dia 19/06 foi confirmado no Diário Oficial o fim do pulso (e do único por tabela, óbvio), que à partir de 2006 a tarifação da telefonia fixa será feita por minutos e que esta decisão foi tomada para baratear os custos deste tipo de ligação.

Quem o governo pensa enganar com esta fantasia geradora de lucros para as operadoras de telefonia? O fim do pulso nada mais é que um mecanismo que fará com que a Telemar, a Brasil Telecom e todas as outras empresas desta área possam reconquistar o seu poder de lucro num mercado em crise (telefonia fixa), no qual milhões de linhas ociosas são custeadas com dinheiro do próprio governo (sim, você não sabia disso?). No Rio de Janeiro o aumento do número de inadimplentes com a Telemar é o maior em toda a história. Diz-se que por mês 150 mil linhas são desativadas (ou por falta de pagamento ou por contenção de gastos). A maioria das pessoas que eu conheço possui bloqueio para ligações para celulares, ou seja, nunca custou tanto ter um telefone fixo.

E porque eu digo que será um roubo acabar com o pulso? Vejamos: Um pulso - que tem a duração de quatro minutos - custa hoje ao usuário do Rio de Janeiro o valor de R$ 0,13700 incluidos os impostos. Quando começarem a cobrar por minuto, vocês acham que cada minuto custará quanto? 3 centavos? Eu não creio. Se custar 4 centavos já estará tendo um aumento enorme dos custos, visto que 4 vezes 4 minutos = 16 centavos, muito diferente dos 13 atuais. E assim o povo vai sendo enganado e achando que 4,5,6 centavos um minuto é muito barato! Vocês acreditam que existirá "minuto único"? Que depois da meia-noite você vai pagar apenas 1 minuto pela ligação? Não seja tão otimista, esta não é a verdade.

Para piorar, a Anatel na sua completa incompetência, um órgão que não consegue sequer controlar o abuso da venda casada nos casos de banda-larga, de internet a cabo, ou qualquer novidade tecnológica que apareça por aqui, TAMBÉM NÃO SE PREOCUPOU EM CRIAR A TARIFA ÚNICA para a Internet, o que iria favorecer à população. Chegou a estudar o caso e nunca mais se ouviu falar do assunto. Mas eu havia esquecido que este órgão 'público' (para quem acredita em piada), se preocupa mais em defender os interesses das empresas privadas do que outra coisa .E aí vamos nós, rumo à 2006 sem saber nada sobre a internet discada no Brasil...

Lembrando que as eleições vem aí. O filhinho do nosso prefeito, o Sr. Rodrigo Maia (PFL-RJ) foi quem criou o projeto de lei (PL 1464/99). Pense bem em quem votar da próxima vez...

terça-feira, junho 15, 2004

Constatações

[01]- Do revezamento da tocha: (a) A total falta de espírito de confraternização na passagem da tocha de uma pessoa para a outra. Deveriam instituir o abraço e um aperto de mão, no mínimo. Algumas pessoas sequer olharam nos olhos... O fogo só não apagou porque a tecnologia era boa. (b) A beleza estonteante de Daniela Cicarelli, que vi passar na minha frente quando a tocha chegou aqui em Copacabana. (c) Da irritação justa do Oscar por ter sido colocado numa rua qualquer enquanto a Xuxa (sim, a apresentadora) foi quem deu uma voltinha no Pão de Açúcar. Que esporte ela pratica mesmo?

[02] - Das reviravoltas da vida: Sábado fui ao Oi Noites Cariocas e me diverti como há muito não fazia. Claro, com uma forcinha de uma amiga que trabalha lá (porque 50 reais de ingresso é complicado hein!) Bebi, dancei, pulei, ri e me encantei com o público e o visual inusitado. Domingo acordei bem feliz, disposto, desci, vi a tocha aqui na rua e quando subi recebi a resposta que tanto aguardava. Ela não poderia ser melhor (falando-se do lado positivo de um "não" delicado), ao mesmo tempo que foi suficiente para me fazer pensante todo o domingo. Eu não vou me induzir a sofrer, porque não é isso que meu coração diz, mas, não conseguirei esquecer tão fácil. Oh! Vida.

domingo, junho 13, 2004

Questionamentos. - Ninguém gosta de mentiras, mas o que ouvi foram verdades. Ninguém gosta de ouvir um não. Eu detestei. Mas pior de tudo é ouvir um não cheio de intenções de sim, que no fim só te fazem acreditar que ele era um SIM quando está mais do que claro que ele é um perfeito NÃO. Quem sabe dizer "não" com docilidade nega sua afirmativa - é dúbio desta maneira mesmo. Não acredito em um modo delicado de terminar uma relação, uma tentativa de relacionamento, de contato afetivo, ou qualquer coisa que se assemelhe, quando se diz "não" como quem poderia ter dito "sim". Parece cruel o que vou dizer, mas é uma constatação recente, experiência própria, feita com a cara e a coragem. Dizer que "não" com essa meiguice, só me faz não querer esquecer que você pode um dia ser uma possibilidade afirmativa, um sim. E quem sofre com isso é quem acredita nesta possibilidade. "O mundo não acaba hoje", "Nada é impossível", "Só não tem jeito pra morte", todas afirmativas bonitas no papel, porém, conviver com esse "NÃO" fantasiado de "SIM" em potencial é muito mais cruel do que ouvir um "NÃO" em definitivo.

É por isso que vai ser difícil "SIM", "NÃO" te esquecer.