quinta-feira, outubro 24, 2002

O que é que há com a nova literatura brasileira ?

Há em mim o teor de querer explodir em palavras. Há em mim o terror de ver isto tudo indo por água abaixo. As pessoas escrevem seus livros, poesias, sites, músicas e as colocam em prática como se fossem a “nova safra do mercado literário brasileiro !”

Há em mim o horror, a ojeriza a este tipo de gente que se auto intitula “nova literatura brasileira”, e os “novos escritores” não são senão, cópias doentias de suas inspirações, muitas vezes tão doentias tal qual quem os lê. Não cito nomes. Não. Nada disso é necessário, quem tem tino percebe do que falo e, logo os identifica. Que me adiantará uma citação de Bukowski ? Adiantam-me poesias de Fernando Pessoa, Elisa Lucinda, Cecília Meireles, Drummond, entre outros...

Não! Isto não é um beicinho de criança contra tudo o que ando lendo. Isto é sim um vômito de um enjôo que há muito persiste dentro de mim e, que não sei se acabará ao fim deste.

Não! Isto não é um protesto contra escritores estrangeiros, longe disto, inclusive porque acredito que artistas não tem nacionalidade. Artista é ser universal. Mas quando realmente é artista...

O que querem que eu diga ? Que às vezes me deprimo, me embriago, tenho problemas tal qual quem me lê ? Não! Usar das mazelas humanas – pessoais ou não – não faz minha estirpe, não faz meu estilo.

E o que é então que eu quero com isto ? – Sinto náuseas em meu estômago neste exato momento – Sei lá o que eu quero com isto! Só sei o que não quero.

A “nova geração de escritores brasileiros” não tem nada de novo... E porque ?
Porque foram surgindo neste vácuo que nos assola. Vácuo de informação, vácuo de ídolos, vácuo de humildade, vácuo de respeito, vácuo de compaixão, vácuo de amor principalmente.

Os “novos escritores brasileiros” não tem nada de novo para mim. São as mesmas raposas leitoras de Paulo Coelho que, desta vez por trás de máscaras de noites, beijos, problemas sexuais e indecisões infantis constroem uma identidade, ou simulam uma identidade. E quem lê isso meu Deus ? Quem lê ? Os pseudo-intelectuais das mostras de cinema, os primeiros da fila da estréia daquele filme Coreano ótimo que nem eles sabem o nome, aquele tipo de gente blasé, com cara de nada por terem falta de tudo.

Novos escritores brasileiros ? AONDE ? AONDE ESTÃO ? QUE OBRAS POSSUEM ?

Alô ? É, comecei a escrever, acessa meu blog ! É, vou lançar um livro pela editora Curumim do cú rosa ! É, lancei um pocket ano passado, mas foi só para amigos íntimos. É.... É...

Chega ! Chega ! É preciso que as máscaras caiam já para que um dia este tipo de gente não adentre uma Academia Brasileira de Letras. E as máscaras vão cair, queiram ou não. Falsos escritores brasileiros, os 15 minutos de fama de vocês estão no fim. Digitem seus últimos posts. Façam seus apelos desesperados. Coloquem seus livros para download gratuito. Porque daqui a algum tempo nem pagando vão ler essas monstruosidades. Digam bye-bye! Hasta la vista baby ¡

terça-feira, outubro 22, 2002

Um dia eu ainda telefono pra mim e digo tudo aquilo que eu quero ouvir. Faço vozes sensuais, entonações mil e desligo na minha cara para deixar o suspense.
Todo mundo lá !

O PT vai instalar telão na Praia do Leme, no Rio, para a turma conferir a apuração no domingo. Saindo fresquinho da coluna do Ancelmo Góis
Xexéo falou tudo o que eu queria dizer:

O depoimento de Regina Duarte no programa eleitoral do candidato José Serra foi criticado por todos os lados. A candidata a vice-presidente do PSDB, a deputada Rita Camata, veio em defesa da atriz. Regina foi patrulhada, denunciou. Fiquei grilado. Eu também critiquei Regina. Isso quer dizer que, contra todos os meus princípios, patrulhei?

Vem cá, que democracia é essa em que não se pode criticar a crítica? Qual é a graça de ter Regina Duarte fazendo um depoimento polêmico... porque era polêmico, não era? O Serra botou a namoradinha do Brasil no ar, dizendo que estava com medo de o Lula ganhar a eleição e, conseqüentemente, a inflação voltar aos 80% e achou que não haveria reação? Então, qual é a graça de ter Regina Duarte fazendo um depoimento polêmico se a polêmica não extrapolar o horário eleitoral?

Esta campanha eleitoral foi saudada, até agora, como a de mais alto nível entre as recentes campanhas políticas do país. Mas tentar convencer o eleitor de que Lula come criancinha, cá pra nós, é tão baixo nível quanto os acontecimentos de eleições passadas. Foi este o motivo que levou Regina a ser criticada. E se ninguém pode criticar o discurso de Regina Duarte, sob a justificativa de que numa democracia todo mundo tem o direito de expor seu pensamento, estamos numa democracia muita estranha. Uma democracia que aceita a réplica, mas rejeita a tréplica. É uma democracia manca. E, peralá, isso não tem nada a ver com patrulha ideológica.

domingo, outubro 20, 2002

"É preciso ter alma até para se chupar um chicabon" - Nelson Rodrigues